quinta-feira, 23 de dezembro de 2010

Musicalidade Nata

Nessa época de Natal, vejo as pessoas felizes e cantantes e me pergunto: Será que a música nasce com a gente ou nos é imposta?
Eu, particularmente (perdoem-me a redundância), sinto uma influência enorme dos gostos de meu pai. Cresci ouvindo MPB. Caetano, Gil, Chico, Bethânia, Gal.. Tropicália corre no sangue. Ou não?! Ouvindo tropicália desde berço, hoje além deles, gosto de coisas do cenário alternativo. Gosto de músicas com conteúdo, com críticas, com uma sonoridade diferente do usual, que não falem apenas de como morrerá sem a pessoa amada. Talvez por influência da falta de lenço e de documento... Talvez por ver que mulheres enganadas querem matar seu amado em plena avenida São João... Talvez por descobrir que nem com açucar e nem com afeto se segura homem em casa, ou quem sabe ainda por querer ver o que ele faz quando ver que sem ele eu passo bem demais... De qualquer forma, não sei se influenciada ou não, sinto um verdadeiro desgosto de músicas melosas demais. Me pergunto do que eu gostaria se do contrário tivesse crescido sem ouvir nenhum tipo de música, se meu "gosto" musical seria o mesmo, se as pessoas que vão crescer ouvindo "aposto um beijo que você me quer" terão salvação ou só infestarão as rádios de músicas melodicamente iguais e pobres de conteúdo. Não sei dizer, ao mesmo tempo conheço filhos de forrozeiros engajados no movimento Heavy Metal... De qualquer forma, por via das dúvidas, tenho as discografias certas separadas para tocar para minha barriga num futuro ainda distante.

quarta-feira, 20 de outubro de 2010

Bahia de Todos os Sons...

Muita gente pensa que a Bahia é só axé. Tolo pensamento. A Bahia, assim como de todos os santos é também de todos os sons. Pra isso elaborei essa playlist apenas com músicas Baianas que você provavelmente não conhece, mas que assim como eu vai se encantar!




sexta-feira, 15 de outubro de 2010

Colorir pra quê?

Estamos, senhoras e senhores, vislumbrando um mundo novo, um mundo colorido, um mundo cheio de alegria, de amor, um mundo cheio de.... Palhaços?! Tá, peguei pesado. Mas é essa a primeira imagem que vem a minha mente quando penso nos "coloridos", lembro de um circo pequeno, calças vermelhas, sapatos amarelos e camisas verdes... Junto a tudo isso um nariz vermelho e uma maquilagem característica. Isso sim era coisa boa... Não que eu seja contra movimentos revolucionários ou movimentos musicais. Pelo contrário, sou particularmente a favor de qualquer coisa que venha acrescentar um pouco de luz nessa nossa realidade sombria. Mas se o escuro cega, o clarão queima as retinas, e é isso que acontece quando vemos aqueles grupos de pseudo palhaços propagadores da luz passeando por aí. Que fique claro que meu problema não é com os coloridos em si, tenho problema com toda essa falta de identidade dos jovens, pois é isso que representa pra mim, um monte de gente que não sabe direito o que é, aí para não se sentirem excluídos da sociedade se inserem em um grupo, para serem aceitos, para serem alguém. Isso é falta de identidade, falta de personalidade. Você não precisa vestir calças vermelhas, fazer chapinha e usar óculos coloridos para ser alguém legal, você só precisa ser legal, ser você mesmo. Claro que se você mesmo for uma pessoa chata demais de se conviver você terá sérios problemas, mas nem isso justifica o fato de querer ser mais um pinto colorido no galinheiro. Não acho que seja nenhum movimento revolucionário, tampouco movimento musical essa onda dos coloridos, ou do emocore, ou do arroxa, ou tantos outros que vemos por aí. São apenas estilos musicais novos, há quem goste, há que não goste, mas isso não faz com que eles sejam qualquer tipo de arma pela revolução, tolo é quem acredita nisso. O movimento Punk foi revolucionário, o movimento Hippie foi revolucionário, a Tropicália foi revolucionária. Coloridos NÃO são revolucionários. Longe disso. Eles apenas nos mostram como nossos jovens estão perdidos, estão influenciáveis e carentes. Qualquer modinha que a mídia lança cola feito chiclete na cabeça da garotada. Essa história de trazer felicidade, de trazer cor ao mundo não passa de desculpa, nunca vi nenhum colorido fazendo boa ação, só vejo falando esquisito, acabando com a língua portuguesa e querendo chamar atenção. Meu pensamento parece meio revoltado, eu sei, o problema é que essas situações me deixam meio indignada. Esse pessoal poderia vestir essas calças coloridas, sapatos esquisitos e camisas chamativas, colocar a maquilagem e ir até hospitais divertir as crianças, aí sim, com certeza esse meu post seria muito mais acolhedor.

quarta-feira, 26 de maio de 2010

Um pouco do seu tempo...

Pra falar do meu maior amor... É até uma maldade escrever um post sobre eles... Maroon 5... Parece que quando a gente gosta muito de uma coisa fica tendencioso falar sobre, mas de qualquer forma, vou tentar dizer o porquê de gostar tanto de Maroon... Primeiro de tudo, duas palavras: Adam Levine. O vocal me fascina. Lembro ainda como se fosse ontem quando ouvi This Love... Era trilha sonora de alguma novela global, e ouvi aquele tom de voz e fiquei encantada... Foi então que fui buscar mais músicas, e me encantei por todo o álbum Songs About Jane, e então virei fã de carteirinha. Tá aí uma banda que eu ouço toda a discografia seguidas vezes sem enjoar. Uma mistura de Jazz, com uma pitada de Blues e uma pegada meio Pop... Sem falar do ar de mistério que o Levine passa. Só quem viu o dvd sabe... Na verdade, maroon 5 é uma banda completa musicalmente falando. Arranjos próprios e originais, composições com conteúdo, e uma pegada muito boa, tanto para ouvir na fossa, quanto pra extravazar. O cd songs about jane é mais leve, mais para ouvir parado, relaxando... Enquanto o It Won't Be Soon Before Long é um disco mais pegado... Músicas mais dançantes e com um som mais forte... Existe também o cd de remixes, que conta com a participação de alguns Djs conceituados, o cd Call and Responses... Recomendo, dessa vez, todos os álbuns e todas as músicas, inclusive o albúm Hand all Over, que ainda vai ser lançado agora em setembro, mas não espero nada que deixe a desejar vindo desses rapazes talentosíssimos... 




quinta-feira, 20 de maio de 2010

A fogueira está queimando...

...ao som do Rebolation... Seguindo a sugestão do meu amigo João Victor, resolvi escrever um pouco sobre essa "invasão" do axé, do pagode, do carnaval no nosso São João... Aqui na Bahia existem duas festas especiais, o carnaval e o São João... Há uns 10 anos atrás, quando eu passava o ano todo esperando para soltar fogos, essa diferença era bastante perceptível. Final de maio, bandeirolas apareciam como por magia ligando uma casa à outra, fogueiras começavam a ser armadas, licores vendidos nas portas dos vizinhos mais jeitosos, barracas de fogos abarrotadas de crianças esperando pra ver se conseguiam aquela novidade mais perigosa, e seus pais, fingindo que só ajudavam os filhos quando na verdade aproveitavam pra voltar um pouco aos seus tempos de criança... E como não podia faltar, o Forró... Hoje em dia as coisas estão bem diferentes... Maio está acabando, ainda não vi uma bandeirola sequer, ainda não vi uma cinza de fogueira e nem sei onde vão armar as barracas de fogos esse ano, se é que vão armar... A música que mais tenho ouvido nesses últimos dias é "As meninas de Dolce & Gabanna e os meninos de Lacoste", e pros mais desatentos, não, isso não é forró. Há alguns anos que o São João tem se resumido a comprar camisa de alguma festa do interior, ouvir umas bandas mais famosas junto com alguma banda de axé que nem remotamente traz o clima junino do licor e do doce de jenipapo. O São joão, que era a festa favorita dos rapazes mais tímidos, tem se tornado um carnaval disfarçado, aquilo de aproveitar a deixa e chamar a menina pra dançar é coisa pequena... Não adianta mais saber o velho dois pra lá e dois pra cá... A bola da vez é saber dançar xote. É fazer piruetas e deixar todo mundo impressionado. Não que eu não goste de xote, adoro xote... Adoro as piruetas e as firulas, mas sinto falta também de só dançar junto, sem preocupação em qual vai ser o próximo passo... Isso era São João, muito forró, muito licor, todo mundo dançando juntinho... Hoje em dia o forró é muita cerveja, muita coreografia, axé, e os tímidos, pobres tímidos... Isolados e perdidos com seu dois prá lá dois pra cá... Eu não sou muito a favor de axé no São João... Acho que cada um deveria ficar no seu quadrado. São João com o forró, carnaval com o Axé... E tava tudo do jeito certo... As pessoas estão misturando tanto, que daqui uns dias não saberemos mais o que é carnaval, o que é São João, quando começa um e termina o outro... A fogueira pode até queimar, mas a maioria dos pulos que eu vejo vem logo após colocarem a mão na cabeça para começaaaar... 

Festa Junina

Começando a seção Playlist, vou aproveitar essa época do ano que eu tanto gosto, os festejos para São João. Criei uma playlist com algumas músicas que na minha opinião animam muito bem uma festa junina. Para ouvir é só apertar o play.

 


quarta-feira, 19 de maio de 2010

Desastres em miniatura...

Hoje não vou falar de uma banda qualquer, hoje vou falar de uma banda especial. De uma banda com uma só pessoa. Hoje vou falar de Kt Tunstall. Claro que ela tem um suporte para shows, um pessoal muito bom, por sinal. Mas quando digo uma banda de uma pessoa só, é porque ela realmente consegue ser isso... Munida de um pedal Akai E2, ela consegue realmente criar uma banda no palco, sozinha. Quando vi isso minha meta passou a ser atingir esse feito. Um dia eu consigo. Bom, o primeiro cd da Kt (Eye to the telescope) é bastante folk. Tem a famosa musica da claro, Suddenly i See, tem Black Horse and the Cherry tree, Heal Over, Stoppin' the love, e se eu continuar falando cito o cd todo. O cd Acoustic Extravaganza me faz viajar... Nossa, escuto seguidas vezes... Ashes é a minha favorita. Já o cd Drastic Fantastic tem uma pegada mais pop, com a adição de guitarras mais firmes, e um som mais encorpado... Uma mudança que a primeira vista nada lembra o primeiro cd leve Eye to the Telescope, mas ouvindo com mais calma a gente percebe que existem muitas semelhanças, as composições são excelentes, a pegada, o vocal é maravilhoso... Os 3 discos são de uma qualidade músical indiscutivel. Não vou sugerir músicas porque seria uma verdadeira maldade, já que gosto de todas as músicas... Fica aqui a dica.



terça-feira, 18 de maio de 2010

Embrulho pra levar

Tá aí. Como no post anterior eu usei a metáfora do banquete, vou trazer hoje o meu "prato do dia", e esse tempero é gaúcho, tchê! Estou falando da banda Apanhador Só, que finalizou agora em 2010 seu primeiro CD... E o melhor de tudo, disponibilizou o download free aqui na internet. Eu que já estava fascinada com o EP Embrulho pra Levar, fiquei ainda mais fã depois que baixei o cd. Na verdade senti falta de Damas mas o resto compensou. Com uma sonoridade ótima, um estilo próprio e muita originalidade, irreverência e talento. Os instrumentos casam muito bem, as variações nas batidas são simples mas entram muito harmoniosamente no conjunto, sem falar do vocal, que na minha opinião é maravilhoso (esse sotaque do sul me encanta). A arte gráfica do álbum também ficou muito boa. Estão de parabéns. Recomendo: O rei e o Zé; Peixeiro; Prédio e Bem-me-leve; além de damas que ficou de fora do disco mas tá no EP embrulho pra levar.

Não é o prédio que tá caindo...

Será que a boa música realmente está dando adeus à nossa geração? Ou será que a nossa geração é que não está dando o valor que a boa música merece? Na verdade, eu não gosto do termo "boa música". Acho um termo falho. Não existe música boa ou música ruim, existe música inadequada. Imagine usar o mesmo tempero em todos os pratos: seria meio enjoativo, não?! A vida é como um banquete, cada momento se apresenta como um prato a ser apreciado... A música entra como o tempero. Pra cada prato, um tempero que combine. Para cada momento, uma música. Se você está feliz, o ideal é ouvir coisas alegres, mesmo que bobas; se você está triste, não vai querer sair por aí quebrando até o chão... E assim por diante. O problema, na minha singela opinião, é justamente a pobreza de realidade que a nossa geração está vivendo, não estou falando financeiramente - até porque a gente não vive uma distribuição de renda igualitária pra poder generalizar -, falo socialmente, falo das necessidades, dos anseios, das lutas... Enquanto o prato do egoísmo e da futilidade está sendo degustado por todos e repetidamente, o prato do protesto, da luta, do social, da juventude, está no cantinho, cheio de moscas... E enquanto ele fica lá, esquecido, seu tempero não é provado... Alguns ainda se arriscam a temperá-lo, afinal, não se deve deixar um prato tão caro, tão difícil de ser preparado, sem tempero... Mas pobres cozinheiros esses, a comida deles ninguém prova, do seu tempero ninguém fala, ninguém aparece em sua cozinha para falar de como eles cozinham bem... E fica parecendo até que eles nem existem... Volta e meia algum corajoso resolve provar aquele prato esquecido... E como o cozinheiro se ilumina... E então essa pessoa gosta e indica o prato para outro amigo, até que um dia, quem sabe, esse tempero volte a ser apreciado pela grande massa... Você pede o prato que sente vontade de comer, a nossa realidade molda nossos momentos... Nossa realidade, infelizmente, sugere o individualismo, a preocupação com o próprio nariz em detrimento de preocupações políticas, de preocupações sociais... E isso só nos faz ter vontade de comer aqueles pratos, aqueles que não são ruins, mas que já estão saturados, que a gente come em demasia talvez por já ter se acostumado, aqueles que nos fizeram esquecer de como podem ser saborosos os outros temperos... Então fica assim.... "Não é o prédio que tá caindo, são as nuvens que tão passando..."

segunda-feira, 17 de maio de 2010

O princípio

Estava mesmo pensando em voltar a escrever quando ao pesquisar sobre uma música me deparei com um blog que falava, dentre outas coisas, sobre música. Então como nada se cria, tudo se copia, resolvi copiar sem direitos autorais a idéia de muitas pessoas e falar sobre música... Porque melhor que falar sobre música só mesmo ouvir e fazer música. Então, pra começar, vou falar sobre a música que inspirou o blog. Chama-se Maior com Sétima e é da Banda Gentileza. A Banda Gentileza é uma banda curitibana que tem um som difícil de classificar. É uma mistura de bolero com samba, de rock com música popular, uma mistura que deu certo. O cd todo é um presente... Os arranjos são fenomenais e as composições conseguem ser simples sem perder a criatividade. Sem dúvida foi um dos melhores álbuns que eu tive o prazer de ouvir em 2009. Recomendo as músicas: Coracion; Pseudo eu; Teu capricho, meu despacho; Preguiça; e Maior com Sétima. 

Downloads

Aqui estão os links para download dos álbuns ou músicas comentadas no blog. Os links serão dispostos por ordem de publicação.


Banda Gentileza - Álbum completo (2009) 
Apanhador Só - Álbum completo (2010) 
Kt Tusntall - Eye to the Telescope (2004)
Kt Tunstall - Acoustic Extravaganza (2006)
Kt Tunstall - Drastic Fantastic (2007)
Festa Junina - Playlist (Laís Freitas)